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Colore & Ars - Corpófera

 TEU será palco para Temporada Corpófera


Depois de apresentações fora de Uberaba, espetáculo chega ao seu habitat natural: o Cerrado


O espetáculo Corpófera, de autoria da cofundadora da Cia de Teatro Flores Nômades, e também intéprete, Danielen Brandão, tem temporada já marcada em Uberaba em novembro, com apresentações no Teatro Experimental de Uberaba (TEU). Este projeto foi contemplado pela Lei Paulo Gustavo no município, e será apresentado nos dias 18, 19, 24, 25 e 26 deste mês. 

Danielen afirma que esta proposta surge como um (re)encontro com o Cerrado Mineiro. “Quero compartilhar com artistas e comunidade uberabense as pesquisas que venho realizando”, pontua. Ela observa que Corpófera emergiu dos estratos intensivos, sensíveis e metamórficos do corpo-mulher da intérprete-criadora. 


Autora e intérprete de Corpófera, Danielen Brandão, em cena

Ela descreve que, durante a criação farejou os ossos e percorreu um lung drom (“longo caminho” em romani) que a levou à sua ancestralidade romani (cigana) e suas intensidades, suas poéticas, suas histórias, suas forças. “Nesse caminho encontrei com os entes ósseos que povoam esse território, esse estrato de espaço/tempo/corpo/sensação. Festejou-se esse encontro em um solo de dança-teatro que cria uma composição fantástica, feroz e transbordante”, adianta.

Com referência na dança Butô e no livro de Clarisa Pinkola Estés, “Mulheres que correm com os Lobos”, Danielen propõe nesse trabalho investigar o “movimento feminino de espalhar sementes”, sem perder a voracidade, criticidade e o ímpeto revolucionário. “Uma resposta à tentativa social de domesticar e docilizar os corpos femininos”, define. 

Com direção de Roberta Portela, direção musical e trilha sonora de Priscila Reis, direção artística de Thila Paixão, Corpófera chega agora em seu habitat natural, o Cerrado Mineiro, depois de apresentações em outras cidades. 


Com o objetivo de tecer rede e produzir conexões, a temporada vai contar com seis sessões, sendo uma aberta ao público em geral, três exclusivas para escolas públicas, e duas para as instituições Escola Para Surdos Dulce de Oliveira e Instituto dos Cegos do Brasil Central (ICBC). As apresentações serão gratuitas, e após o espetáculo haverá um bate-papo com a plateia para que haja trocas e compartilhamento sobre o processo criativo.

Todas as sessões vão contar com tradutora e intérprete de Língua Brasileira de Sinais (Libras) e para apresentação realizada para pessoas cegas ou com baixa visão haverá audiodescrição ao vivo, oferecendo maior acessibilidade. “O teatro é um espaço democrático, e darmos acesso a todos é fundamental. Muitas pessoas com deficiência não vão a espetáculos por falta de acessibilidade. Temos que mudar esta cultura”, avalia Danielen.


Oficinas – Durante a temporada também serão oferecidas cinco oficinas em dança-teatro como contrapartida social, a fim de inserir as pessoas no processo de criação de Corpófera. Cada oficina terá duas horas de duração e contará com a presença de até 20 participantes. “Estas oficinas acontecem nos espaços escolares com data e horário a serem definidos com cada instituição”, informa. 

Autodescrição – Durante a apresentação direcionada ao ICBC haverá a audiodescrição, que é um recurso de acessibilidade que permite que pessoas cegas ou com baixa visão possam compreender uma peça de teatro. Ela traduz as imagens em palavras, permitindo que o espectador tenha acesso a detalhes como a ambientação, a posição dos atores, a iluminação, os figurinos e as fisionomias das personagens.  A audiodescrição pode ser disponibilizada de diversas formas, como: Fones de ouvido, QR Code, Audioguias, Software de leitura de tela.

Tátil - Antes mesmo da apresentação no ICBC, a autora e atriz de Corpófera Danielen Brandão, estará um dia no Instituto, quando vai levar aos espectadores que irão ao espetáculo todo o figurino e objetos que irão compor a peça, a fim de que eles possam, através do tato, “enxergar” Corpófera. “Este contato é fundamental para que a pessoa cega ou com baixa visão possa entrar totalmente na nossa proposta”, conclui.

Serviço:

Onde - Teatro Experimental de Uberaba (TEU) - rua Padre Zeferino, 988 – Fabrício

Dias:
Dia 18 de novembro 
Dia 19 de novembro  
Dia 24 de novembro - 19h - aberto ao público 
Dia 25 de novembro  
Dia 26 de novembro

Texto: Pituca Ferreira
Fotos: Esteban Bisio

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